Isto significa vida eterna: Que absorvam conhecimento de ti, o único Deus verdadeiro a e daquele que enviaste, Jesus Cristo. João 17:3

Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa. Atos 16:31

quinta-feira, 16 de maio de 2013

A IGREJA BRASILEIRA É CONTAMINADA PELA PRAGA PELAGIANA!

A igreja brasileira é contaminada pela praga pelagiana!
Por Gutierres Fernandes Siqueira




Infelizmente, os evangélicos brasileiros, em sua maioria, professam a doutrina de Pelágio [1]. Bom, resumindo de forma rápida e superficial, o pelagianismo é a ênfase nas boas obras para a salvação. Portanto, em uma comunidade evangélica a resposta que você mais ouvirá para a pergunta “você é salvo?” será um “estou me esforçando”! A resposta é simplesmente trágica, antibíblica e religiosa. Nesse sentido, o evangelicalismo brasileiro mata a principal ênfase do protestantismo e se volta para o pior do catolicismo popular. E não pense que esse problema é exclusivo de denominações arminianas, pois em comunidades calvinistas há, também, inúmeros pelagianos. 

Nada mais distante do Evangelho do que a crença que a salvação seja fruto do NOSSO esforço. Como diz M. James Sawyer: “A doutrina da depravação humana e sua doutrina correlata, a necessidade de salvação vinda de Deus e pela graça, pertencem ao centro da rede da proclamação cristã” [2]. O pelagianismo não é um erro bobo- ou uma mera questão secundária- mas sim uma doutrina importante para mostrar onde está a nossa confiança salvífica. Em quem confiamos? Em nossa própria capacidade caridosa? Nas atitudes legalistas e moralistas? Na autojustificação? No mito da “bondade nata” da modernidade? Ou de fato cremos em Cristo como o nosso salvador?

Pelágio, quem diria, um
patrono evangélico!

Não falo em semipelagianismo, pois é difícil que, na essência, algo seja simplesmente “semi”. A frase mencionada acima expressa bem um pensamento pelagiano. Mas é interessante observar que o discurso do "eu fazer"  para "ser salvo" não se restringe a essa frase. Observe como as pregações mencionam mais o nosso papel do que o papel de Deus no processo salvífico. E a santificação?  Quase se esquece que ela também é recebida pela graça. Veja, por exemplo, como o pensamento de Paulo centraliza que a santificação, igualmente como a salvação, também depende de uma ação divina: “Jesus Cristo, nosso Senhor, pelo qual recebemos a graça [...] para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome, entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.” [Romanos 1.4-6]. Portanto, se você obedece é porque Deus lhe deu essa graça. Isso não vem de nós, pois somos naturalmente tendenciosos para o mal.
É grave notar que o pelagianismo tomou o nosso discurso de forma que nem nos incomodamos. A ação humana é sempre mais valorizada do que a ação divina. É a divinização do próprio homem. Os sermões falam em “dez atitudes para isso” ou “oito ações para aquilo”. Tudo é o “eu quem faço”. A santificação, quando pregada, sempre enfatiza a ação ativa e nada da ação passiva, onde somos cheios pelo Espírito Santo para viver uma vida minimamente decente.

Portanto, o pelagianismo é um gravíssimo problema da práxis e da concepção salvífica dos evangélicos. Estamos cada vez mais católicos, mas, infelizmente, naquilo que o catolicismo tem de pior...

Encerro este texto com dois trechos do belíssimo Grata Nova, hino de número 18 da Harpa Cristã. Veja como o Evangelho está em destaque nessa letra:

Com ofertas e obras mortas,

Sacrifícios sem valor,

Enganado, pensa o homem,

Propiciar Seu Criador,
Meios de salvar-se inventa;
Clama, roga em seu favor,
A supostos mediadores,
Desprezando o Deus de amor.
Luz divina, resplandece!
Mostra ao triste pecador,
Que na cruz estão unidos
A justiça e o amor.
Fala aos corações feridos,
Mostra-te, Deus Salvador;
E sem fim, proclamaremos:
“Deus é luz! Deus é amor!”

Notas e Referências:

[1] Pelágio da Bretanha (350 — 423) foi um monge ascético a quem se atribui a defesa de crenças como a autonomia humana para a salvação, a natureza humana como neutra e a negação do pecado original. O seu principal oponente teológico fora Agostinho de Hipona (354- 430).

[2] SAWYER, M. James. Uma Introdução à Teologia. 1 ed. São Paulo: Editora Vida, 2009. 183.
 Fonte: http://www.teologiapentecostal.com/2013/05/a-igreja-brasileira-e-contaminada-pela.html

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