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quinta-feira, 14 de março de 2024

O homem de Deus e o amor

 

      



     O homem de Deus e o amor   

     Certa vez um homem de Deus, um ministro da palavra sagrada, numa viagem de trem, sentou-se do lado de outro homem, durante uma viagem, que duraria horas. O homem de Deus por diversas vezes tentou começar um diálogo como o seu companheiro de acento. Visto que o homem não queria conversa, o homem de Deus, abre sua mala e pega sua bíblia para ler, o homem ao lado que até então, se encontrava mudo resolve falar.

    — O senhor me ofende ao ler este livro na minha presença!

   — Desculpe, mas como poderia eu lhe o fender, por ler a Bíblia Sagrada.

   — Este livro contém muitas histórias com feitos misteriosos e sobre naturais, que levam pessoas desesperadas a acreditar em coisas irreais e fantasiosas.

   — O senhor conhece as mensagens bíblicas?

   — Sim, sou teólogo, e por muitos anos preguei e acreditei em seus ensinamentos, hoje compreendo, que tudo que ela contém são fabulas.

   — Quer dizer que perdeu a fé? Não me diga que virou ateu?

   — Não existem ateus, existem homens que são iludidos, e passam a vida num proposito descabido da realidade e homens que não estão nem aí, ignoram a realidade.

    — E o que é a realidade para o senhor?

    — Um mundo injusto e cruel.

    — É um pensamento amargurado e triste, quer saber, o senhor deve ter lá os seus motivos para pensar desta maneira, não sou pessoa que gosta de provocar atrito ou discussões, vou guardar a bíblia. Só me responda uma pergunta.

    — O que o senhor quer saber?

    — Deus lhe ofendeu de alguma maneira?

    Lágrimas começaram a rolar pela face do homem, nitidamente emocionado, passados alguns segundos, ele olha fixamente nos olhos do outro homem e responde.

    — Vou responder a sua pergunta? Porém, primeiro responda a minha. Pode o amor ferir e causar dor?

   O homem de Deus, fica pensativo e tremulo com quem recebe um choque, com aquela pergunta. Seus pensamentos, se tornam embaraçados, e surge na sua mente, muitos questionamentos.  Quem é este homem que ousa a indagar a benevolência do amor? Como responder aquela pergunta de forma direita e centrada na palavra de Deus? Impotente diante da pergunta, o homem de Deus, responde que tal questionamento é complexo, e que não dispõe de uma resposta simplificada.

    — Então, vou reformulara a pergunta. O que o senhor entende sobre, o que é o amor?

   O homem de Deus, começa a suar, não entende o que está acontecendo, porque ele se sentia incomodado daquela maneira, ela já havia pregado centenas de vezes sobre o tema, na sua carreira de pregador havia formulados diversos sermões com respaldo bíblicos sobre o amor e seus desígnios. Sem saber o que responder. O silêncio predominou por alguns minutos.

   — Até a alguns mementos atrás eu tinha firme convicção a respeito sobre o amor, o senhor colocou algumas dúvidas na minha mente, agora neste momento não saberia como responder adequadamente a sua pergunta.

   — O senhor não sabe a resposta, ou tem medo de expressar o que realmente pensa a respeito?

   — Vamos esclarecer uma coisa, estamos falando de amor ou de Deus?

   — E existe diferença entre eles para o senhor?

   — Pare de fazer questionamento, e por uma só vez, responda a minha pergunta.

   — Tudo bem! O que o senhor que saber?

   — Por que o senhor tem aversão a bíblia?

   — Não tenho aversão aos escritos bíblicos, não gosto e desprezo como as mensagens nela contida são interpretadas pelo homem, e como elas são usadas. Falando nisto, o senhor me deve uma resposta adequada, a minha pergunta, sobre o amor.

  — Já respondi, que no momento não sei a resposta.

  — Fico estarrecido, como um Ministro de Deus, não sabe responder uma simples pergunta sobre o amor. Então, o que move a sua determinação em pregar o evangelho?

    — O senhor, está levantando dúvida sobre minha fé e meu ministério?

    — Longe disto, apenas, espero que me responda com sinceridade a minha pergunta.

    — O senhor é insistente, já lhe disse, que no momento não tenho uma resposta.

    — E quando vai ter?

    — O senhor como um bom mestre da palavra de Deus, conhece certamente a resposta. Por qual razão me pergunta?

    — Como eu acabei de lhe explicar, estou fora dessa coisa de religião. No entanto, o senhor, como ministro da palavra de Deus, tem o dever de saber a resposta.

    O homem estava visivelmente constrangido, sua expressão demostrava pavor e temor, ele não compreendia, porque não conseguia responder à pergunta daquele homem.

   — Ninguém neste mundo tem resposta definitiva e absoluta para nada, por que pouco conhecemos sobre a verdade de todas as coisas.

    — O senhor está admitindo, que é um ignorante nas coisas deste mundo ou das coisas espirituais?

    — Por favor, não ponha palavras na minha boca, o que eu quero dizer é que não é dado ao homem natural o conhecemos de muitas coisas, como o senhor sabe, por ser um estudioso da palavra, tem coisas que são mistérios e de conhecimento apenas de Deus.

    — Quer dizer que apenas Deus, sabe o significado do amor? Então, o senhor prega o que não conhece?

    — O senhor já passou dos limites, está sendo inconveniente.

    — Desculpe, não quis ser indelicado, só estou tentado entender o senhor?

    — Por acaso o senhor está me julgando?

    — Pelo contrário, admiro sua integridade, não se sinta pressionado, estimo sua honestidade quanto ao desconhecimento do que é o amor.

    — Por que o senhor tem tanto interesse em saber o penso sobre o amor?  O que o amor tem a ver com o senhor deixar de pregar a palavra de Deus?

     — Bom, parece que ambos temos muitas perguntas, sem resposta.

     — O senhor, não respondeu a minha pergunta.

     — Infelizmente devo me ausentar agora, está próximo a minha parrada, foi um prazer falar com o senhor, quem sabe em outra oportunidade possamos continuar esta nossa conversa.

    — O senhor vai se retirar sem responder a minha pergunta?

    — O senhor tem as respostas as quais necessita, eu tenho as dúvidas que me edificam.  

   Levantou-se, e com um aceno disse adeus. O homem de Deus não se conformou com a resposta e com a saída estratégia daquele desconhecido, levantou e foi atrás dele, como não o encontrou no vagão, perguntou ao fiscal de passageiros, o senhor sabe de dizer onde posso encontrar a pessoa que estava sentada ao lado do meu acento. O fiscal, olha para o homem de Deus, e com um ar meio que apreensivo.

    — O senhor vai me desculpar, mas não havia ninguém sentado na poltrona ao lado da sua, durante toda a viagem ela ficou vazia.

    O homem volta para sua poltrona, senta-se e fica a pensar. — Estarei ficando louco? Eleva as mãos ao rosto, um breve intervalo de reflexão acontece. Demorou até ele perceber que esteve o tempo todo dialogando com sigo mesmo. O pior daquela situação não era o devaneio de projetar a própria consciência em formato humano, o que a faríngea era os pensamentos de dúvidas sobre o que realmente o amor significava para ele.